Todo brasileiro sabe,mês de junho chegou: chegou as festas juninas. De Norte a Sul do País, as cidades se enfeitam. Nas ruas, clubes ou avenidas, tudo é preparado para festejar os três santos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Embora as festas juninas sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. É quando os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.
As festas juninas representam um importante momento econômico para o país, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum nas capitais do Nordeste Brasileiro encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas.
Arrasta-pés e farturas gastronômicas à parte, o fato é que os historiadores, folcloristas e pesquisadores afirmam que as festas juninas deram e ainda dão uma importante contribuição à da cultura popular brasileira: embora tenham ajudado a criar essa imagem falsa e estereotipada do homem do campo – a de alguém que fala errado, tem dentes sujos, veste-se com chapéu-de-palha desfiado e calça cheia de remendos e pula-brejo -, elas preservaram de alguma forma todo o simbolismo dos folguedos anteriores à Era Cristã.
As festas juninas, de fato, são as guardiãs da tradição secular de dançar ao redor do fogo. Originalmente, o ponto alto dos festejos ao ar livre era o solstício de verão, em 22 de junho (ou 23), o dia mais longo do ano no Hemisfério Norte. As tribos pagãs também comemoravam dois eventos marcantes nessa época: a chegada do verão e os preparativos para a colheita. Nos cultos, celebrava-se a fertilidade da terra. Ao pé da fogueira, faziam-se oferendas, pedindo aos deuses para espantar os maus espíritos e trazer prosperidade à aldeia.
A primeira festa junina realizada no Brasil aconteceu no ano de 1603, em comemoração a São João, pelo Frade Vicente do Salvador que se referiu aos nativos que aqui se encontravam da seguinte forma: “os índios acudiam a todos os festejos dos portugueses com muita vontade, porque era muito amigo da novidade, como no dia de São João Batista por causa das fogueiras e capelas”.(Ib p.106 Mariza Lira).
Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.
Não podemos esquecer das comidas típicas que nos levam ao delírio..rsrsr. pipoca, cocada, pé-de-moleque, canjica, paçoca Pamonha, curau, milho cozido, cuzcuz,arroz doce, bolo de amendoim, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, e tantos outros pratos típicos da "roça". Hum...Quanta delícia! Como SANTO ANTONIO é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, algumas igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.
Outra importante expressão das festas juninas – a quadrilha – nasceu inspirada em uma tradição francesa: na dança praticada nos bailes rurais da França do século 18. Nesses bailes, os casais se cumprimentavam e trocavam de pares. Essa tradição desembarcou aqui em 1808, trazida pela família real portuguesa. Até hoje, os “caipiras” verdadeiros ou urbanos que dançam a quadrilha obedecem ordens com palavras francesas que foram aportuguesadas: “promenade” (passeio), “changê (trocar), “anavam” (em frente) e “anarriê” (para trás). A quadrilha chega ao fim. Enquanto os noivos, agora casados, namoram, e os pais da moça suspiram aliviados, o povo se dispersa e vai se distrair com outras atrações do arraial. Afinal, ainda estamos em junho, um mês todinho de festas do “interior”, nas quias o que não faltam são muitas “fagulhas, pontas de agulhas/brilham estrelas/de São João”, como anunciam os versos de Morais Moreira.
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