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quinta-feira, junho 30, 2011

O professor preconceituoso

Por Marcos Cordiolli - http://cordiolli.com/

Marco Radice, um escritor italiano, escreveu certa vez que é que muito difícil construir pessoas “novas” sendo uma pessoa “velha”. Ele mesmo dizia, que temos tantas marcas de nosso tempo que talvez não consigamos ser plenamente pessoas “novas” então devemos nos esforcemos para sermos as últimas pessoas “velhas”.
Nós, professores e professoras, neste sentido, temos em maior ou menor grau, concepções ou práticas discriminatórias e preconceituosas, e, às vezes, até racistas. Ser professor ou professora não basta para nos livrar dos problemas do mundo e das contradições de valores. Nós somos seres concretos, ou seja, produto de nosso tempo e de nossos ambientes culturais. Sendo assim, temos um dilema que pode ser expresso da seguinte maneira: se o professor deve desenvolver ações formativas quem é que o forma, ou como ele se forma, enquanto sujeito deste processo?
A resposta para esta questão seguramente não é simples, mas podemos investigar alguns caminhos.
1. Os programas de qualificação profissional dos professores devem necessariamente abordar este tema. Não basta estudar ética ou temas que tratem de valores ou condutas! Não basta saber sobre tal ou qual assunto... é necessário que os valores e condutas efetivamente sejam incorporados a prática cotidianas dos professores e professoras em formação.
Abro um pequeno parêntese para relatar uma experiência pessoal. Certa vez, eu fui visitar uma instituição escolar, quando passava pela cancha de esporte pude assistir parte da aula de educação física. Vi adolescentes correndo sob forte sol e um deles (bastante obeso e suando muito), devido a sua condição, estava sendo humilhado verbalmente pelo professor, que pensava estar fazendo uma “pequena, inocente e carinhosa brincadeira”. Procurei o diretor da escola, um amigo, ao qual pude relatar o fato e solicitei para não repreender o professor e nem mesmo comentar o fato. Mas elaboramos algumas propostas para tratar do problema com o coletivo de docentes, no transcorrer das quais o próprio professor relatou algumas de suas prática, reconhecendo o erro e se dispondo a mudar. Ao relatar este caso não quero de forma alguma identificar os problema da discriminação com os professores de educação física (pelo contrário enquanto categoria parece ser a que mais tem discutido e atacado o problema), mas reconhecer que o fato das aulas desta disciplina ocorrem em lugar aberto os deixam mais expostos, ao olhar visibilidade externo, do que os demais colegas.
2. Os professores e as professoras mais sensíveis a este problema devem atuar permanentemente junto aos seus colegas. Sempre apresentando, problematizando e criticando posturas e valores, como, por exemplo, mantendo a sala limpa após as reuniões, assumindo posturas de separação do lixo, e evidentemente não sendo e não permitindo preconceitos, etc. Estar sempre atendo a situações cotidianas, percebendo elementos discriminatórios em materiais didáticos, atividades, relações ente e com estudantes, conversas informais, piadinhas infames etc. Um exemplo com o qual sempre nos deparamo-nos é o da discriminação através da linguagem, pois é comum encontrarmos no vocabulário dos professores palavras como “judiar” (“o menino judiou do cachorro”, ou seja, fez com cachorro “o que se faz com judeu”) ou “negro” como depreciativo (“a situação está negra”, “ou uma pessoa foi denegrida por outra”, ou seja, a situação “está como vida de negro”) entre muitos outros casos.
3. A firme ação dos professores e professoras sensíveis ao problema da discriminação agindo junto aos alunos pode produzir alguns resultados significativos possibilitando o questionamento de colegas docentes que adotam posturas discriminatórias. Eu conheço alguns casos de colegas que tiveram sérios problemas com isso, pois a partir de suas intervenções alguns outros professores e professoras passavam a ser questionados pelos alunos e alunas em comum. Muitas vezes o próprio professor ou professora se dava conta de que estava equivocado e mudava de posição, em outros casos acabava direcionando a sua ira ao colega que havia sensibilizado os e as estudantes. Pois a discriminação, em alguns casos, é inconsciente e ao ser percebida, a própria pessoa assume uma postura de mudança. Mas em muitos casos, nos quais há cristalização da discriminação o seu portador ou portadora pode abandonar o debate racional e partir para diversos níveis de conflito. Mas uma vez exposto o problema é mais fácil de trata-lo.
Uma última observação sobre este ponto: alguns colegas foram acusados de não adotar posturas éticas ao se colocarem ao lado dos estudantes. Eu penso que ter uma postura ética, não é apenas defender supostos interesses corporativos dos professores e professoras em oposição aos educandos e educandas, mas é o de assumir as nossas posições, defendendo-as nas instancias legitimas. Assim, penso eu, devemos defende-las em reuniões de docentes, frente às coordenações, mas jamais utilizar mecanismos escusos como fofocas ou articulações à surdina.
Portanto, a tarefa dos professores e professoras é, ainda, mais ampla, e ocorre em duas difíceis frentes de intervenção: de um lado procurar avançar com os alunos e alunas, por outro atuar também em relação aos colegas. Esta última tarefa parece ser a mais difícil e morosa, mas é preciso apostar neste caminho, pois quem luta contra a discriminação está imbuído dos mais humanos dos ideais e não é a oposição ou as dificuldades impostas por colegas que vai impedi-lo de seguir em frente.

Marcos Cordiolli é graduado em História e mestre em Educação: história e filosofia da educação.

quarta-feira, junho 29, 2011

O que é valorizado fora do currículo? Especialistas em Recursos Humanos e gestores de grandes empresas falam sobre quais atividades extracurriculares podem influenciar na escolha de um candidato em processos seletivos.

Por Fábio Bandeira de Mello, Revista Administradores


Muito se fala do que é preciso ter no currículo para obter um diferencial ao concorrer uma vaga - dominar outro idioma, fazer uma pós-graduação, realizar cursos, experiência em estágio – mas, será que isso é o suficiente para sobrepor um candidato dos demais concorrentes? Tom Peters, considerado um dos mais renomados especialistas corporativos do mundo e avaliado como o "guru dos gurus" pela revista Fortune e "superguru" pela The Economist, relata que o perfil de contratação dos profissionais pelas empresas vem se alterando com o passar do tempo.

Na opinião de Peters, estamos entrando em uma nova era voltada para o relacionamento. "O profissional do futuro não deve ter apenas um MBA e ser um cara limitadamente de resultados. É preciso ter algo peculiar, voltado para o social, por exemplo, mas que agregue novos valores para a empresa". Nesses casos, algumas informações adicionais que não estão no currículo, podem ser determinantes na escolha do candidato na hora da entrevista.

Há quem concorde com esse pensamento e aqueles que discordam. Por isso, consultamos especialistas em Recursos Humanos e diretores de recrutamento de grandes empresas no Brasil. Eles falam sobre o que valorizam nos profissionais na hora de contratar que não necessariamente está exposto no currículo, mas pode ser decisivo na escolha de um candidato.

Telma Rodrigues, Diretora de Gestão de Pessoas do Magazine Luiza
(Gigante rede do varejo no Brasil fundada há mais de 50 anos)


"Nos processos seletivos do Magazine Luiza, sempre procuramos aliar a formação acadêmica e experiência aos aspectos comportamentais e aos valores do candidato, sem privilegiar este ou aquele critério. Um profissional de sucesso, no nosso entender, é aquele que apresenta uma formação acadêmica consistente (Graduação, Pós-Graduação, MBA, etc), mas que também tenha valores sólidos, principalmente aos ligados à ética, que saiba trabalhar em equipe e tenha um profundo respeito pelas pessoas".

 Divulgação
 Telma Rodrigues


Rodrigo Pacca, Gerente de Recrutamento e Seleção da Ambev 
(Empresa de bebidas da América Latina, sendo a 5ª maior do mundo)


"Sem dúvida, uma vivência internacional é sempre desejável. Mas nem toda experiência no exterior chega a ser um diferencial significativo para a carreira. É importante que essa experiência esteja ligada a algo fora do lugar comum e que possa de fato agregar à sua vida profissional. Pode ser um curso em uma área específica ou um projeto social, por exemplo. Participar de atividades de cunho social, aliás, também é muito desejável, seja em programas de voluntariado ou outros tipos, mas que tenha impacto na comunidade e ajude as pessoas".

Marcelo Abrileri, Presidente e Sócio-Fundador da Curriculum
(Empresa voltada para soluções de recolocação profissional online)


"Em muitos casos o diferencial competitivo não está mais na formação ou mesmo nos cursos de graduação, pós e MBA. Hoje as empresas precisam de muito mais do que apenas profissionais formados ou com algum conhecimento. Elas precisam de profissionais capazes de ofertar várias outras competências importantes simultaneamente, sendo que a formação é apenas uma delas. Essas competências estão relacionadas ao conhecimento e facilidade de aprender com os outros; aos valores morais e éticos; ao comportamento no trabalho; e às capacidades diversas como criatividade e comunicação."

Divulgação 
 Marcelo Abrileri


Izabel Azevedo, Gerente de Recursos Humanos da Nestlé Brasil
(Uma das maiores empresas mundiais no ramo de alimentos e nutrição)


"Procuramos profissionais que, além dos requisitos básicos para uma determinada posição, tenham competências de liderança e relacionamento para contribuir com o alcance dos resultados e também com um bom clima organizacional. Na Nestlé, tão importante quanto atingir os resultados é a forma como eles são alcançados. Valorizamos o trabalho em equipe, a iniciativa e a integridade dos colaboradores. Também é um diferencial a preocupação com a sustentabilidade e a responsabilidade social".

Marcelo Cuellar - Gerente da Divisão de Recursos Humanos da Michael Page International Brasil
(Player mundial em recrutamento especializado de candidatos em middle e top management)


"As atividades extracurriculares serão consideradas importantes em um processo seletivo se levarem o profissional a desenvolver novas competências e habilidades que serão importantes para o crescimento e sustentação da organização no curto, médio e longo prazo. Um blog também pode ser considerado uma atividade interessante, que poderá ou não estar ligada à atuação corporativa do profissional".

A História que está na moda: divulgação científica, ensino de História e internet

Keila Grinberg, professora de história da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), discute divulgação científica, ensino de história e internet em artigo exclusivo para o Café História

Por Keila Grinberg
O advento da internet trouxe novas questões para a produção do conhecimento. Já chamada de “o quadro negro do futuro”, antes do entretenimento online e do e-commerce, ao surgir a internet foi imediatamente atrelada a possibilidades de renovação de métodos de ensino (1), mesmo que o mundo dos negócios tenha avançado bem mais rápido no uso da rede do que o da educação. De qualquer forma, aliar os avanços tecnológicos e da comunicação a novas formas de educar já seduzia professores e universidades desde pelo menos a década de 1960, com a criação das primeiras Universidades Abertas na Europa, dedicadas ao ensino à distância, mais ou menos na mesma época que a linguagem da educação em massa começava a mudar, e a ênfase na palavra “aprendizado” ganhava espaço em relação à quase démodé “ensino”.

Mas o espaço que as chamadas novas tecnologias ganharam no campo da reflexão em Educação não encontrou correspondente similar na área de História. Para além da utilização do computador como ferramenta para construção de bancos de dados, principalmente por especialistas em história econômica, quantitativa ou demográfica – procedimento feito desde a década de 1960 – até recentemente foram poucos os historiadores que se dedicaram a refletir sobre as mudanças que a rede mundial de computadores traria à pesquisa, à produção e à divulgação do conhecimento em História (2).

Como bem notou Camila Dantas, os primeiros historiadores a chegarem na internet foram os amadores, seguidos por centros universitários e instituições de memória. Atualmente, projetos de divulgação científica em História na internet, a maioria localizada nos Estados Unidos, estão mesclados a reflexões mais amplas sobre os documentos produzidos em meio digital e as novas formas de realização de pesquisa acadêmica, como o projeto Digital History, desenvolvido por Daniel J. Cohen e Roy Rosenzweig na George Mason University (3).

Hoje, a maioria das atividades de historiadores na internet é relativa à digitalização de documentos e de acervos de instituições, tanto para preservá-los quanto para torná-los acessíveis a pesquisadores e interessados que dificilmente a eles teriam acesso. No Brasil, além de instituições como a Biblioteca Nacional e o Arquivo Nacional, fundamentais na discussão pública sobre a digitalização de acervos, são importantíssimas as iniciativas de grupos de pesquisa, que vêm elaborando projetos de digitalização e disponibilização online de documentos de outro modo praticamente inacessíveis ao pesquisador.

Estes avanços na disponibilização e tratamento com fontes históricas nos coloca diante de novas e complexas questões: por exemplo, a de como preservar os documentos já criados em formato digital. Este e outros desafios certamente acompanharão o trabalho dos historiadores do futuro.

Assim, creio estarmos diante de vários desafios relativos à História, à internet e à divulgação do conhecimento científico. O primeiro é o enunciado anteriormente, que mobiliza, além de historiadores, arquivistas e cientistas da informação: o desafio da preservação da documentação, produzida em vários suportes, inclusive a própria internet.

Uma história pública?

Outro desafio é a reflexão sobre a forma como o público em geral tem dialogado com os sites que disponibilizam documentos históricos, como processos criminais, registros de batismo, fotografias, relatórios oficiais etc. Hoje é muito mais fácil, para estudantes e interessados em geral, obter informações retiradas das próprias fontes históricas, coisa que anteriormente apenas os historiadores que sabiam localizá-los no mundo real o faziam.

Neste sentido, a maior facilidade em consultar documentos de épocas e locais variados significa uma maior divulgação do conhecimento histórico? Por conta da internet, estaríamos mais perto de uma História Pública, no sentido atribuído ao termo pelo National Council on Public History, qual seja, o de tornar a História, seus procedimentos metodológicos e suas referências, mais acessíveis ao grande público?

Acredito que não. Sendo um pouco pessimista, talvez um dos efeitos de tanta facilidade de acesso, neste caso principalmente a textos, possa até ter sido o contrário: apesar de não termos estatísticas ainda a respeito, é flagrante o aumento de plágios em trabalhos acadêmicos, e não há professor universitário que não tenha uma história triste para contar da ocasião em que se sentiu um policial, procurando crimes de autoria no Google (4).

Talvez aí esteja a maior dificuldade, e ao mesmo tempo o maior desafio, que une tanto o ensino de História quanto a divulgação científica na internet. Ao invés de apenas combater o plágio – que já existia mesmo antes de serem criados os mecanismos de busca, pasmem – trata-se de evidenciar, através da internet, o processo de produção do conhecimento, a começar pela própria noção de autoria, tão discutida no âmbito da criação artística. Afinal, a acessibilidade a textos e documentos proporcionada pela rede mundial de computadores, para ser bem usada, requer conhecimentos prévios sobre confiabilidade e relevância das informações a ser obtidas na internet. Sem elas, o leitor – ou o usuário do sistema – não consegue avançar na leitura e na produção de texto (de qualquer texto, de uma tese a um comentário em um blog).

Como fazer isso? Um caminho possível é criar mecanismos que permitam ao usuário – leitor, estudante, qualquer que seja seu login – conhecer as etapas do processo de produção do conhecimento em História. Assim, saber ler documentos de época, contextualizá-los, criticá-los, cotejar as informações obtidas com outros documentos e com outros textos, verificar a procedência de informações obtidas nestes textos são alguns dos procedimentos que ajudam as pessoas a observar, analisar e classificar informações de qualquer natureza. No caso das informações de natureza histórica, isto é fundamental, tanto para os estudantes de História, quanto para os interessados no assunto.

Refletir sobre o processo de produção do conhecimento histórico talvez não seja o objetivo inicial das pessoas interessadas em História – público potencial das ações de divulgação científica – que buscam a internet como forma de aprimorar seus conhecimentos. Mas talvez esta seja uma surpresa que os historiadores podem reservar a seus leitores: além de divulgar o conhecimento produzido nas universidades, divulgar também seu processo de produção. E a internet, para isso, é um meio extraordinário. Quem sabe se, agindo desta maneira, conseguiremos começar a superar o paradoxo de lidar com uma História ao mesmo tempo tão desestimulante na escola e tão interessante na mídia?

Keila Grinberg - nasceu no Rio de Janeiro em 1971. Graduou-se em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF), na qual concluiu também o doutorado em 2000, após um período como estudante visitante na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Em 2002, tornou-se professora do Departamento de História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e, desde 2004, é pesquisadora do CNPq.

Hoje, 11 livros e vários artigos e capítulos depois, a colunista continua a estudar a escravidão no Brasil do século 19, mas se dedica também à divulgação científica na área de história e ao desenvolvimento de novas metodologias para incrementar o ensino dessa disciplina nas escolas e universidades. É colunista titular da coluna “Em tempo”, da revista Ciência Hoje Online. Envie críticas, comentários e sugestões para keila@pobox.com.

Municípios criticam Plano Nacional de Educação - O presidente da Confederação Nacional dos Municípios disse que os municípios não têm como arcar com os custos do plano e criticou o MEC por fazer ''propaganda enganosa'' do plano

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) criticou ontem o novo Plano Nacional deEducação, que está em discussão em uma comissão especial da Câmara dos Deputados. O presidente da instituição, Paulo Ziulkoski, disse que os municípios não têm como arcar com os custos do plano e criticou o Ministério da Educação por fazer "propaganda enganosa" do plano.

"A proposta é mais uma com potencial explosivo sobre as finanças dos municípios. É inviável o cumprimento de todas essas metas se não há recursos novos. Daí acaba-se criando a falsa expectativa de que elas serão cumpridas. É quase uma fantasia", afirmou.


O plano define 20 metas a serem cumpridas até 2020. Dentre elas, estão melhores notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), ampliação da oferta de creches para crianças entre 0 e 3 anos, universalização da Educação obrigatória de 4 a 17 anos eEducação integral em metade das escolas do país.


Ziulkoski, porém, apresentou um estudo feito pela CNM que aponta chances ínfimas de o plano ser posto em prática. Segundo ele, a maior dificuldade é a falta de recursos. Ele disse que os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que deveriam ser aplicados no plano, ficarão estáveis pelos próximos dez anos, ao mesmo tempo em que o número de alunos matriculados crescerá.


Em 2011, segundo a CNM, a previsão é de que os Estados coloquem no fundo R$ R$ 59,2 bilhões, os municípios R$ 28,8 bilhões e a União R$ 8,8 bilhões. "Não adianta o MEC fazer maior propaganda enganosa na TV dizendo que Fundeb é da União quando a União só põe 10% e o restante, Estados e municípios". 


A CNM pede que as metas do plano sejam acompanhadas pelo fornecimento de suas condições de atendimento; que a União participe do financiamento da Educação básica e que sejam realizados estudos sobre o custo-aluno, de modo que as transferências a Estados e municípios tenham como base critérios transparentes e objetivos.


"Como municípios e Estados entram com R$ 88 bilhões, tendo 40% da arrecadação, e a União, com 60% da arrecadação, apenas com R$ 10 bilhões?", questionou Ziulkoski.


O levantamento mostra que, para alcançar todas as metas, são necessários R$ 50,6 bilhões, dos quais R$ 16,6 bilhões sairiam dos municípios. A maior parte das despesas viria do atendimento de metade da demanda de creches (R$ 9,2 bilhões), seguida do atendimento integral em metade das escolas (R$ 7 bilhões).


Fonte: Valor Econômico (SP) 

terça-feira, junho 28, 2011

Conheça 12 filmes em que a Educação é protagonista De ficção a documentários, as obras retratam diferentes realidades escolares


O professor não é um grande ator apenas na sala de aula: em filmes e documentários, a profissão assume papel de destaque. O Todos Pela Educação selecionou 12 obras que contam histórias de docentes dedicados, discutem a importância do magistério e falam do complexo processo do ensino-aprendizagem.
Confira os filmes abaixo e, se você conhecer outros bons exemplos da Educação no cinema, deixe seu comentário.
                                           As Melhores Coisas do Mundo
Um adolescente de 15 anos, cujo apelido é "Mano", precisa aprender a lidar com o bullying e com as reações de colegas, no momento em que seus pais estão se separando. O local principal da trama é a escola, palco para debates sobre a iniciação sexual, o amor entre aluna e professor, a democracia no ambiente do ensino, entre outros. A obra pretende retratar os dilemas dos jovens na perspectiva deles. Ficha técnica
Direção: Laís Bodanzky
Duração: 107 min
Ano: 2010
País: Brasil
                                           Entre os Muros da Escola
Baseado em livro homônimo, o filme mostra as experiências do professor de literatura François Marin em uma escola de Ensino Médio, localizada na periferia de Paris. O docente tenta estimular os estudantes, mesmo tendo que lidar com o descaso dos alunos. A obra foi indicada ao Oscar 2009 de Melhor Filme Estrangeiro e ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2008. Ficha técnica
Direção: Laurent Cantet
Duração: 128 min
Ano: 2007
País: França
                                           Escritores da Liberdade



Uma professora tenta combater um sistema deficiente e fazer com que a sala de aula faça a diferença na vida de seus alunos, criados em meio à violência e à agressividade. Por meio de diários, os adolescentes escrevem suas histórias e têm a chance de ter uma voz própria. O longa foi inspirado em eventos reais, relatados pela professora Erin Gruwell e seus alunos no livro "O Diário dos Escritores da Liberdade". Ficha técnica
Direção: Richard LaGravenese
Duração: 123 min
Ano: 2007
País: Estados Unidos
   
                                           Pro Dia Nascer Feliz
 
O documentário mostra as situações que o adolescente brasileiro enfrenta nas escolas, envolvendo casos de preconceito, violência e também de esperança. São apresentados jovens de três estados do País, de classes sociais diferentes, que falam de suas vidas na escola e contam seus projetos, sonhos e inquietações. Ficha técnica
Direção: João Jardim
Duração: 88 min
Ano: 2006
País: Brasil
                                           O Sorriso de Mona Lisa


O filme conta a história de uma recém-graduada professora, interpretada por Julia Roberts, que consegue emprego em um tradicional colégio feminino para lecionar história da arte. Incomodada com o conservadorismo do colégio, que educa as melhores e mais brilhantes jovens mulheres do Estados Unidos para serem esposas cultas e respeitáveis mães, ela decide lutar contra as normas e inspirar suas alunas a enfrentarem os desafios da vida.  Ficha técnica
Direção: Mike Newell
Duração: 117 min
Ano: 2003
País: Estados Unidos
  
                                           O Clube do Imperador

William Hundert é professor de uma escola preparatória para rapazes que recebe como alunos a nata da sociedade americana. Lá, Hundert dá lições de moral, por meio do estudo de filósofos gregos e romanos. Com a chegada do rebelde filho de um senador, que questiona a importância das aulas de Hundert, o professor vê sua rotina perturbada. Apesar da rebeldia, o docente tenta aprender a lidar com o estudante. Ficha técnica
Direção: Michael Hoffman
Duração: 109 min
Ano: 2002
País: Estados Unidos
                                                  Nenhum a Menos


 Quando o professor da escola primária de um pequeno vilarejo tem que se ausentar durante um mês, a única opção para substituí-lo é uma menina de 13 anos. Antes de partir, ele recomenda à garota que não deixe nenhum aluno abandonar a escola durante sua ausência. Pouco mais velha do que seus alunos, ela sente dificuldades para dar aula e manter os estudantes na escola. Um deles foge em busca de trabalho para ajudar no sustento da família, e a jovem professora decide ir atrás para trazê-lo de volta.
Ficha técnica
Direção: Yimou Zhang
Duração: 106 min
Ano: 1999
País: China
                                            Mr. Holland: Adorável Professor

Para ter mais dinheiro e poder se dedicar a compor uma sinfonia, um músico decide começar a dar aulas. Ele é obrigado a encarar o desinteresse dos alunos pela música, e as coisas se complicam quando sua esposa dá à luz uma criança surda. Para conseguir pagar os estudos e o tratamento médico do filho, o professor se envolve cada vez mais com a escola e acaba deixando de lado seu sonho de se tornar um grande compositor. Ficha técnica
Direção: Stephen Herek
Duração: 140 min
Ano: 1995
País: Estados Unidos 
                                            Madadayo

Trata-se da história de um professor universitário que se aposenta depois de 30 anos lecionando. Tendo conquistado o respeito e a admiração de seus alunos com seu humor e carisma, ele recebe uma homenagem todos os anos. Sempre na data de aniversário do professor, os ex-alunos se reúnem e perguntam ao mestre "Mada kai?" ("Pronto?"), ao que ele responde com "Madadayo!" ("Ainda não!"), demonstrando o desejo de que o mestre seja eterno. Ficha técnica
Direção: Akira Kurosawa
Duração: 134 min
Ano: 1993
País: Japão

                                           Meu Mestre, Minha Vida


O professor Joe Clark é convidado a assumir o cargo de diretor em uma escola de Nova Jersey, marcada por casos de disputas entre gangues e tráfico de drogas. Autoritário, o docente decide fazer uma verdadeira revolução no colégio, que é considerado um “caldeirão de violência”. Com seu método nada ortodoxo, ganha alguns admiradores, mas também muitos inimigos. Ficha técnica
Direção: John G. Avildsen
Duração: 104 min
Ano: 1989
País: Estados Unidos

                                           A Sociedade dos Poetas Mortos 
Em 1959, o novo professor de literatura de uma escola preparatória tradicional (interpretado por Robin Williams) entra em choque com a rígida direção do colégio por causa de seus métodos pouco comuns, que estimulam os alunos a pensarem por si mesmos e a perseguirem suas paixões individuais. O filme foi vencedor do prêmio de Melhor Roteiro Original no Oscar 1990. Ficha técnica
Direção: Peter Weir
Duração: 128 min
Ano: 1989
País: Estados Unidos

                                            Ao Mestre com Carinho


Mark Thackeray é um engenheiro desempregado que decide dar aulas no bairro operário de East End, em Londres. O novo professor tem que enfrentar uma turma cheia de alunos desinteressados e indisciplinados, que fazem de tudo para que ele desista de sua missão de ensinar. Mesmo assim, o professor consegue resultados importantes. Ao receber um convite para voltar para a engenharia, Mark tem de decidir se continua ou não no magistério. Ficha técnica
Direção: James Clavell
Duração: 105 min
Ano: 1967
País: Inglaterra